Quando eu era puto estavam em voga os filmes do Chuck Norris (ou pelo menos estavam em voga dentro do meu círculo de amizades). Aquilo era uma coisa engraçada: por qualquer pretexto havia porrada. E claro na altura todos nós nos sentíamos verdadeiros heróis a lutar contra esquadrões de ninjas, esses assassinos silenciosos, treinados com um único objectivo: aniquilar.
Hoje dou por bem empregue esse tempo em que as nossas brincadeiras consistiam em esquivarmo-nos de golpes tão mortíferos quanto imaginários. E dou esse tempo por bem empregue porque é o que tenho que fazer hoje em dia, variadíssimas vezes.
É que o pequeno desenvolveu um estranho hábito: mal fica ao colo de alguém toca logo de arrepanhar uma bochecha, beliscar a sobrancelha, esmifrar um lábio ou (a cereja no topo do bolo) enfiar aqueles dedinhos afiados como adagas bem fundo pelas narinas adentro.
Não haja dúvida que o rapaz é um ninja em potência!!
Ah grande Chuck Norris, se não tivesses sido tu como é que eu conseguiria passar por estas torturas sem dizer um ai e desta forma conseguir evitar que os vizinhos me ponham uma acção de despejo pelos gritos de dor?