Ingredientes:
uma cachopa brincalhona
um pai com boa disposição
costas em forma
vontade de ser feliz
Preparação:
- Levas-me às cavalitas?
- Claro! Sobe.
Colocar no forno e deixar aquecer até soltar umas boas gargalhadas.
Polvilhar com açúcar e a "cereja no topo do bolo":
- És o mais melhor papá do mundo!
Servir acompanhado de beijos e abraços.
Continuo a conseguir apreciar coisas super simples com que os meus pequenos me vão presenteando. Sobretudo aquelas tiradas espontâneas, sinceras, sem subterfúgios, sem andar a "fugir com o rabo à seringa"... É assim e pronto, só porque sim!
E aprecio ouvi-los tanto mais quanto me apercebo que neste mundo de gente grande parece que cada vez temos mais medo de dar a nossa opinião, de dizer aquilo que de facto sentimos e não aquilo que julgamos que o outro vai gostar de nos ouvir dizer.
Exactamente em que altura da nossa vida perdemos esta capacidade? Será esta a razão de se dizer que a infância é a "Idade da Inocência"? É tão bom poder dizer algo só porque sim, de coração totalmente aberto, livre:
- Moça, vamos lá que já estamos atrasados para a pré.
- Vou só fazer xi-xi, papá.
10 segundos depois:
- Ajudas-me?
- Está bem, ajudo...
E então reparo: ela está já a apertar as pernas e não baixa as calças porque uma das mãos está ocupada a segurar uma Barbie do "Castelo de Diamantes".
Coloco-a na sanita e pergunto:
- Não era mais fácil colocares a boneca de lado e fazeres xi-xi e depois voltares a pegar na boneca?
- Mas papá, eu gosto mais da boneca do que de fazer xi-xi!
Simples, não é?
Que vidão seria se tudo fosse assim!