Sexta-feira, 29 de Setembro de 2006

Pérolas

Uma das taras da miúda é ver-nos tomar banho.
Pode não ser efectivamente ver-nos tomar banho, mas gosta sempre de se certificar que quando lho dizemos cumprimos.
Deve querer ter a certeza de que tem pais limpinhos, é o que é.
Ontem no final do meu banho lá irrompeu pelo wc dentro inquirindo:
- Já toma(s)te banhi(nho)?
- Já filha, já tomei banhinho.
Ora a vinda dela tinha sido acompanhada de um balão, que no meio da azáfama se lhe soltou das mãos.
Eu, no meio da secagem, lá tentei apanhá-lo com uma mão.
Foi um sucesso relativo uma vez que, se o balão foi apanhado, já a toalha caiu.
E ela dispara de pronto:
- Tens um "gabo" muito g(r)ande! A Miana tem um gabo pequeno.

Mas isto admite-se?
Até se admitia se ficasse só por aqui...
Não satisfeita vai pela casa fora, qual ardina a anunciar o último furo jornalístico, a dizer enquanto eleva os braços:
- Tens um "gabo" muito g(r)ande. Eno(r)me!

A sorte dela é que o período de dois anos de garantia atribuído a qualquer produto novo já expirou, porque senão.....
Diacho de lei de garantia!
(Mais pérolas)
Contado por Pai Babado às 18:21
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Quinta-feira, 28 de Setembro de 2006

Dilema (2)

Como? Mas como posso explicar à jovem que ela não é descendente de nenhuma "mulher selvagem do Bornéu" e que, como tal, o uso de after-shave não deve fazer parte....hummm.....digamos, do top 100 de produtos cosméticos dela?
(Outro dilema)
Contado por Pai Babado às 23:40
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Post Des...

Des... de desanimado.
Des... de desolado.
Des... de desiludido.
Des... de descontrolado.

É assim que me sinto.
O serão de ontem foi uma coisa surreal.
Mais uma vez com uma sessão de choro imparável, quase ininterrupto durante mais de duas horas...
Sou um tipo simples, de gostos simples.
Confesso dificuldades em entender certas coisas como pintura abstracta ou poesia rebuscada. Admito mesmo que há muitos filmes considerados geniais, dos quais não percebo patavina.
Gosto das coisas explicadinhas, de assuntos lógicos, com desenvolvimentos lógicos.
Coisas que não percebo de todo fazem-me espécie.
E estes choros vindos do espaço, então...
Pergunto-me inúmeras vezes: "Onde é que estamos a errar?"
Será demasiado mimo? Demasiadas prendas?
Sinceramente acho que não.
Nós tentamos dar-lhe as coisas com regra e fazê-la entender o porquê de lhe darmos algo.
E também não fazemos nenhum drama em lhe dizermos: " Não pode ser! É muito caro, não dá."

Não sei o que se passa.
Sei sim que, como é hábito, aguento até um certo ponto. Depois disso.... expludo!
E é por esses ataques de mau génio que depois fico assim.... triste, desanimado.
Porque apesar de tudo ela tem pouco mais de dois anos e preciso ter mais calma.
Enfim, sei que assim que ela vier ter comigo a rir e a fazer uma palhaçada o mundo ficará mais leve e o céu mais azul.
Habitualmente tento levar as coisas de forma leve e descontraída, mas assusta-me criar um ser mimado e pouco ponderado.
Eu sei que, muito honestamente, até nem parece ser o caso, mas só a simples hipótese disso acontecer me assusta.
E ela acaba de chegar aqui e abraçar-me.... tão bom!
Vou pintar a casa do Bob.
Pode ser que o colorido me anime.
Contado por Pai Babado às 15:00
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Terça-feira, 26 de Setembro de 2006

Psssst ! Olhe lá...

Porque é que em quase todos os parques de estacionamento há lugar reservado para grávidas e não há para quem tem crianças de colo?
Por acaso o facto de os piolhos terem decidido passar para este lado do útero implica ter que deixar de os carregar?
Contado por Pai Babado às 11:56
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Exemplo

De certeza que todos os pais imaginam diversas qualidades que gostavam que os filhos viessem a desenvolver.
Eu não fujo à regra.
Das coisas que mais gostava que os meus filhos fossem capazes de desenvolver eram o sentido de justiça e o uso de bom senso.
Parafraseando Baden Powell, fundador do Movimento Escutista, "O exemplo não é uma maneira de educar. É a maneira!"
Assim, é de toda a justiça e no pleno uso de carradas de bom senso, que me vejo compelido a urrar com todas as forças do meu ser:
"APRE, PEDRO! CADA DIA ESTÁS MAIS LINDO FILHO! CHIIIIIIÇA!"

Pronto. Já está.
Contado por Pai Babado às 00:01
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Domingo, 24 de Setembro de 2006

Inversões

A vida de um ser humano faz-se de conquistas, de superação de dificuldades e do adquirir de novas competências de desempenho. Desta forma:
- Segura o balão assim com a mão!
- Assim?
- Isso mesmo! Muito bem! Consegui(s)te, papá!

Fiquei tão feliz....
Contado por Pai Babado às 19:52
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Um peso

Já faz hoje oito dias.
Oito dias e este peso não me abandona.
Trabalho num serviço com uma senhora que me disse um dia: "Depois de nascerem os filhos o nosso coração nunca mais tem descanso. Nunca estamos bem. Se não é por isto, é por aquilo. Vai ver...... nunca mais vai conseguir ter o mesmo tipo de sossego".
Remoí aquilo uns tempos. Procurei não dar muita importância.... mas é uma verdade.
Especialmente a parte do "nunca estamos bem". É um facto.
No passado domingo chegámos a casa para jantar já tarde.
Assim que pôs o pé dentro da porta o pedido impôs-se: "Qué vê o Piquei!".
Ok, lá começou o dvd a rolar, enquanto fazíamos a janta.
Que para ela foram duas ou três colheradas e adeus, que o filme é bem mais interessante.
Nesse dia ficámos na cozinha a ver um programa que nos interessava aos dois.
Só que aquilo demorou mais que o esperado. Mas não me preocupei muito, porque pensei que a pequenita estava feliz a ver o seu filme favorito.
Entretanto ouvi a música final do "Piquei" e fiquei à espera do "ciclone" habitual de "O Piquei já acabou. Põe out(r)a vez!". Mas.......... nada! Silêncio.
Fui à sala e senti mesmo como se uma mão se apertasse em volta do meu coração.
A minha princesa tinha adormecido, na sua posição favorita, de barriga para baixo, em pleno sofá.
Não consegui evitar uma sensação de peso de consciência, de culpa, de tristeza por ela.
Por ter adormecido ali, sózinha, sem os carinhos, os beijinhos, as histórias habituais.
Até acho que sinto falta da berraria habitual, e que nesse dia não houve.
Mas é o facto de ter adormecido ali sózinha que me pesa.
E pesa, continua a pesar.... até hoje.
Não consigo deixar de sentir que nesse dia falhei.
Os momentos passados com eles assim pequeninos fogem tão depressa como um punhado de areia por entre os dedos, pelo que acho que não podemos dar ao luxo de os desperdiçar.
É que não voltam mais. Vejo isso quando o Pedro faz agora uma expressões e galreia e já não me consigo lembrar como era a Mariana a fazer isso.
Desculpa filha por te ter deixado sózinha naquele dia.
Vou tentar emendar.
Contado por Pai Babado às 19:52
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Sábado, 23 de Setembro de 2006

E as vantagens?

Já o afirmei aqui: sou filho único e gosto. Nada a fazer quanto a isso.

Só que nos últimos dias fui acometido de uma grande inquietação.

É que, apesar desta afirmação convicta, tenho dois filhos.
Daí que me imagino daqui a uns anos a dizer a um deles:
"Olha que x é melhor que y!"
E arrisco-me a levar como resposta:
"Ah e tal, também dizias isso de se ter só um filho e afinal encomendaste cá para casa mais uma peça. Como é que queres que me fie em ti?"
E se há coisa que eu quero nesta vida é que os meus filhos se fiem em mim. De verdade! Acredito que deve haver uma ou duas coisitas que lhes posso ensinar que dêem jeito no futuro.
Para não ser apanhado "em contramão na auto-estrada" lembrei-me de começar a coleccionar as vantagens que existem em ter mais que um filho.
E ontem tive oportunidade de recolher a primeira vantagem: ter mais que um filho protege-nos dos "impingidores de ofertas".
Eu explico: é comum nas entradas das grandes superfícies haver um pequenino balcão amovível onde nos tentam impingir cartões de crédito.
Os "impingidores" são fantásticos porque, apesar de dizermos "Não quero" 5 vezes nos primeiros 10 segundos de contacto eles não desistem.
Desconfio que eles devem ser programados com um chip que encripta o nosso "não" e o substitui pelo pronome pessoal "eu", de maneira que eles ouvem repetidamente "Eu quero".
Ontem quando entrava num desses espaços vi uma dessas personagens a espreitar-me por uma fresta do dito balcão e a já a salivar em antecipação.
Contudo, e quando eu já pensava "Estou desgraçado", eis que a predadora perde o interesse em mim e tenta manter o ar de quem não perde a pose.
E então tive uma epifania: foi quando viu a ninhada.
Acho que ela ainda duvidou quando me viu com um carrinho de bebé, mas ao surgir a imagem em todo o seu esplendor, após passar o balcão, viu que a menos de um metro de mim seguia mais um carrinho. Foi demais, desistiu.
Sou portanto forçado a ponderar várias hipóteses:
1- As crias criam em seu redor um campo de forças electro-magnéticas extremamente poderoso, que pode num ápice desferir um golpe extremamente doloroso nestas criaturas;
2- As fraldas exalam um cheiro tremendo. Cheiro a: choro, noites mal dormidas e....trabalho;
3- As caretas que eu aprendi a fazer com os meus piolhos, e que fingem um sofrimento atroz e ininterrupto são extrordinariamente bem feitas.
Há no entanto uma espécie de "impingidores" imunes a isto: os das casas de recuperação de ex-toxicodependentes.
Aqui há dias andava eu a passear com a pequena no triciclo mais o pequeno no marsupial e nem assim aquela ave rara se condoeu. Tive que inchar umas moedas.
Enfim, "não há almoços grátis"...
Contado por Pai Babado às 12:51
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Sexta-feira, 22 de Setembro de 2006

Socorro

Manhã (muito) cedo, a pequena levanta-se e começa a sua romaria habitual em direcção ao nosso quarto.
Brincadeira daqui, cócega dacolá, diálogo que se estabelece:
- Tu tens uma boca grande!
- Não! Eu tenho uma boca "piquena ".
- Tu tens uma boca grande! - Nããããããããão ! Eu tenho uma boca "piquena "!

"Piquena" ? Mas que diabo, só me faltava esta.
Tenho uma filha que é uma "mini-tia "!

Ah, mas eu juro.... que um raio me trespasse se eu falhar...... juro mesmo: o primeiro dia que ela me chamar "pessidónio " leva uma tapona valente no rabiosque.
Ai leva, é certinho!
Contado por Pai Babado às 18:50
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Quarta-feira, 20 de Setembro de 2006

Tributo

A História da Humanidade é feita de conquistas e avanços nos mais variados campos. Muitas dessas conquistas são feitas à custa de inventos que fizeram queimar muita pestana aos seus criadores. E a muitos deles não é sequer prestado o devido tributo pelo conforto e satisfação que as suas descobertas nos trazem.
Dentro das maiores descobertas feitas pela humanidade não posso deixar de incluir as fraldas descartáveis, os toalhetes ou a máquina de café.
Fraldas descartáveis? Toalhetes?
Estarei doido?
Se há dois anos perguntasse a alguém por grandes descobertas e me respondessem isto, eu de certeza que a essa pessoa recomendava "sopas e descanso". Talvez até termas. Agora basta imaginar-me a lavar fraldas de pano e a cantar "Água fria da Ribeira" para ficar definitivamente convencido. Posto isto quero aqui reparar pelo menos uma dessas injustiças. Assim presto a minha sincera homenagem ao(s) inventor(es) desta maravilha:
Sim o BebeGel. E quem não concordar que isto é uma das maiores dádivas à Humanidade é porque nunca passou horas com um filho nos braços a espernear e a gritar sem parar.
A cara de felicidade do miúdo após ter aliviado o seu incómodo valeu bem a pena ter saído de casa direito a uma farmácia às 10 da noite. Bom...... se calhar o facto de ele depois ter dormido seguido até às 05h também ajudou a esta sensação de satisfação.
Viva o BebeGel!
Viva! Hip, Hip.... Hurra!
Contado por Pai Babado às 14:40
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