Quinta-feira, 29 de Junho de 2006

Podiam ter avisado

Ah pois podiam!
Antes de um tipo se mandar a esta tarefa épica de ser pai era conveniente que alguém (de preferência mais experiente na coisa) nos desse a conhecer a CCIPDCFP.
A CCIPDCFP é, nada mais nada menos, que a Carta das Coisas Imprescindíveis Para Desempenhar Cabalmente a Função de Pai!
Vem isto a propósito da minha última tormenta: desenhos!
Como qualquer pessoa que me conhece minimamente sabe, eu não sou propriamente muito bafejado pelo talento em matéria de artes. Mas em nenhuma mesmo! Nem desenho, nem escultura, montagem, recorte, enfim.... o que quiserem. Não tenho jeitinho nenhum para a coisa. Não tenho noção de perspectiva, de ângulos, proporções, nada! O Criador, neste particular, não foi muito generoso comigo, não senhor.
Mas tudo bem, já que desde a primária deixei de ter pesadelos acerca deste assunto. Foi difícil, mas consegui.
O problema é que está tudo a voltar. Graças a quem? Claro, à pequena!
Já abordei antes que ela gosta de uns livros da colecção "Diconário por imagens para bebés". Essa colecção tem livros de temática variada como "O corpo humano", "Os vegetais" ou os "Animais selvagens".
De há uns tempos a esta parte a cachopa desenvolveu o gosto por rabiscar uns papéis. A mãe começou entao a desenhar-lhe alguns dos bichos dos livros. Eu por mim, tudo bem.... até ao dia em que ela me veio pedir a mim para fazer os desenhos!
Aí voltaram os pesadelos todos. Primeiro foi um pato. Só que aí ainda tinha um anterior feito pela mãe e a coisa passou.
Depois complicou-se: pediu um sapo. Eu lá dei o jeito até à altura de fazer as patas.
Depois de ter desenhado aquilo que parecia a cabeça e corpo de um sapo meio disforme, com as patas ficou mais parecido com... uma aranha (muito) obesa! Ver ali um sapo não era fácil.

Mesmo assim ela não desistiu e anteontem pediu-me que desenhasse um hipopótamo. Um hipopótamo, pelo amor de Deus! Comecei logo a sentir o suor a escorrer pela espinha, dado que não tinha ali o livro para me poder guiar. Eu tentei, confesso que tentei. Esforcei-me a sério. Depois de desenhar algo que se assemelharia a uma cabeça comecei a fazer o resto do corpo e das patas. No fim olhei para aquilo e nem eu sabia bem o que era. Mas a Mariana disse: "O quéito? Uma mesa?"
Uma mesa! Uma mesa! Ela chamava ao meu hipopótamo uma mesa! Haverá alguma coisa nos miúdos que lhes dê a faculdade de serem bestialmente cruéis? Afinal de contas eu tinha-me esforçado!
Mas o problema principal foi que... ela até tinha razão!
De facto aquela parte do hipopótamo com o corpo e as patas parecia mesmo uma mesa. Eu desenho mesmo mal.
Enfim, resta-me acreditar que posso ser melhor pai do que desenhador.
Contado por Pai Babado às 15:28
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Terça-feira, 20 de Junho de 2006

Actualizações

Hoje foi dia da 3ª ecografia.
Aparentemente o Pedro está bem, com um crescmento muito bom, que o leva a estar no percentil 80. Comparado com a Mariana é um latagão. Também já deu a volta, o que quer dizer que provavelmente vai nascer de parto normal. Por um lado é bom, uma vez que me assegura quase de certeza a presença no momento. Por outro lado será fonte de maior stress para a Gina, uma vez que vai para uma coisa nova...
A Mariana lá continua a dar-nos cabo da cabeça com as suas birras e choradeiras, mas acho que a pouco e pouco ela vai percebendo que o caminho não é por aí. A nova tara dela agora são os livros. Desde cedo que a incentivámos a isso, uma vez que fazíamos gosto que ela adquirisse hábitos de leitura. Com poucos meses comprámos uns livros muito giros: "Dicionários de imagens para bebés", que durante largos meses fizeram as delícias dela.

Nestes últimos dias a mãe resolveu presenteá-la com alguns livros da "Anita", e agora é vê-la folheá-los, entretida, ou então a pedir-nos para ver o "Liv(r) do bu(rr)ito". Claro que ao fim de 4 ou 5 vezes seguidas já não é fácil, mas.... Também me lembrei de lhe começar a mostrar uma colecção de fábulas de La Fontaine (que saiu o ano passado com o Expresso), que além do livro traz um cd com a estória e músicas das personagens. Gosta particularmente de "O Leão e o Rato" e de "A Lebre e a Tartaruga". O mais difícil agora é convencê-la a dormir, sem haver birra, pois ela está sempre disposta a "só mais uma, papá". Incrível, incrível é que com o livros há dois dias que não roda cá em casa o dvd da Carochinha. Para bem da nossa sanidade mental agradecemos!
Contado por Pai Babado às 16:01
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Sexta-feira, 9 de Junho de 2006

Publicidade

Mais uma dela, esta ainda das férias em Albufeira, e que serviu para nos alertar, mais uma vez, para as capacidades da miúda e, também, para comprovar a influência da tv hoje em dia.
Passou-se o seguinte: estávamos nós a iniciar o jantar e a Gina decidiu experimentar o novo Sumol Z de kiwi. Quando a bebida chegou à mesa dissemos os dois ao mesmo tempo "Queeeem?", em alusão à publicidade da tv. A Mariana estava ao meu colo e começou a dizer algo que eu não consegui perceber. Perguntei-lhe duas ou três vezes o que ela queria e não consegui entender. Até que ela, ao mesmo tempo que dizia a mesma expressão, esticava o braço e apontava o dedito. E então fez-se luz: ela dizia "pôzito ó contá", ou seja "Pôs isto ao contrário"! Ela estava a completar a publicidade que eu e a Gina tínhamos começado. E fazia o gesto de apontar para a coisa e acompanhava com um tom de voz que indicava o mesmo sentimento do actor (brusco, aborrecido), ou seja foi capaz de fazer perfeitamente a associação entre o que dissemos e aquilo que ela recordava, imitando o reclame quase na perfeição.
De facto a atenção que eles dão às coisas e a forma como são capazes de absorver quase completamente determinadas mensagens, devem ser objecto de atenção e reflecção da parte de quem, como nós pais, tem responsabilidades enormes na condução do processo educacional de um ser humano.
Contado por Pai Babado às 22:48
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Será que depois se vai dar bem?

- Papá an(d)a vê o bonecos.
Lá fui eu arrastado pelo dedo para o quarto dela ver os bonecos do Peter Pan desenhados na parede.
Ideia da Gina: "Ensina-lhe os nomes das personagens."
Boa, pensei eu. E lá comecei a indicar-lhe o Peter Pan, o Barrica, a Wendy, o Capitão Gancho (que de acordo com ela não é um pirata), etc.
Depois fui ao teste:
- Como se chama este menino (Peter Pan)?
Resposta pronta:
- Ped(r)o Nuno!
Palavras para quê? A pequena parece mesmo querer o irmão!
Contado por Pai Babado às 18:17
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Birras

Enorme a dificuldade que eu tenho em lidar com elas.
E por estes dias a pequena tem tido algumas. Por coisas sem importância, eu sei (tipo vir embora de parques com escorregas e baloiços, mudar fraldas, etc), mas tenho dificuldade em lidar com a coisa.
E à conta dessas birras lá saiu a primeira palmada a sério nas mãos.
Eu sei que se calhar não é uma boa atitude da minha parte, mas quando as coisas passam de um certo limite, não me contenho. E é essa a minha maneira de ser em muitas coisas: até vou aguentando ou deixando passar, mas se a situação se mantém..... aguento até um limite. Depois expludo. Foi o que aconteceu e pimba..... comeu a primeira palmada a sério.
O que me deixou um problema de consciência. Não, não é nada disso. Não sou daqueles que acham que "coitadinhos dos meninos que não podem levar um tabefe porque vão ficar traumatizados". Nada disso, porque eu também levei alguns (poucos é verdade, mas os suficientes) e também cá ando.
O meu problema de consciência adveio unicamente da inquietação que tive por pensar que podia ter lidado melhor com a situação. E de facto é verdade, podia. Podia, mas não consegui. Sou humano, erro.
A outra coisa que me "deixou mal" foi o facto de ter amuado. É verdade! Amuei por ela me ter chateado tanto, que horas mais tarde nem fui capaz de me aperceber que ela estava acordada mas ainda queria dormir mais um pouco. O que me fez ficar ainda pior....
No meio disto tudo valeu (mais uma) conversa óptima com a Gina e também um "respirar fundo" com uma (renovada) consciencialização da idade da cachopa.
O problema é que ela é uma vivaça do caneco, já deu mostras de ser bem inteligente e temos que ter alguma rédea curta com ela, pois os testes e desafios são diários.
E é nesta luta diária que temos que impor claramente algumas regras de conduta e mantermo-nos fiéis a ela, porque a pequena está a ver até onde é que pode ir.
Espero que ela compreenda que os pais a amam muito, mas que não suportam faltas de respeito a ninguém (trombas, beiçolas ou rispidez nas respostas não lhe irão trazer vantagem nenhuma).
Contado por Pai Babado às 17:52
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Quinta-feira, 1 de Junho de 2006

Férias

A semana passada, de 5ª a Domingo, rumámos a Albufeira com um casal amigo que tem dois filhotes, um com 3 anos e uma menina com 1.
Escusado será dizer que a Mariana andou nas nuvens, sempre com companhia disponível para brincar.
Aproveitámos para ir ao ZooMarine onde ela se deliciou a andar nos carrósseis de cavalinhos, na linha de comboio e nas piscinas. Aqui foi uma alegria, porque há lá uma piscina que tem um escorrega, que é uma das paixões da pequena. Ainda para mais a mãe ofereceu um pequeno barquito insuflável e era vê-la feliz a andar nele de um lado para o outro.
Menos bom lá foi mesmo a presença dos palhaços. Ela tem verdadeiro pavor deles e assim que os vê desata logo a chorar. Tanto que no show dos golfinhos iniciou uma choradeira, quis o colo da mãe e adormeceu, Tentámos levá-la para o carrinho e deitá-la, mas assim que se apercebeu que estava na posição horizontal, abriu o olho e disse: "Qué i passeá". Ok, lá fomos ver algumas aves, peixes e tartarugas.
À tarde resolvemos levá-la de novo aos golfinhos, uma vez que de manhã não tinha visto nada. De início até gostou de ver o "peixe gandi", mas depois.... choro de novo, mais colo da mãe e dormir. Ou assim nos pareceu, uma vez que quando a fomos deitar no carro fez o mesmo que tinha feito de manhã: abriu o olho e disse "qué i passeá". Ou seja, ela estava a fingir que estava a dormir para assim não ver o que quer que fosse que a incomodasse. Mas que grande sacana aqui temos.
O fds prosseguiu com praia e mar, que ela adorou. Gostou muito de brincar com a areia, a pá e o balde.
A piscina do aparthotel também foi um sítio de passagem obrigatória, com belos momentos de família.
O tempo para nós passou rápido e sem grandes problemas, uma vez que ela, na presença de outras crianças fica tão maravilhada que até se torna mais calma.
Mas os nossos parceiros de aventura revelaram uma enorme coragem: não foi nada fácil ter dois pequenos seres fora do seu ambiente. Dei por mim a pensar que para o ano férias vai ser algo difícil. E ainda disse à Gina (a brincar, claro) que ela tem que me relembrar com mais frequência e de forma muito clara as razões que nos levaram a ter mais filhos.
Contado por Pai Babado às 14:26
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Mariana qual João Garcia

É sabido que a pequena é uma medrosa. Tem medo de gatos, por muito pequenos que seja, tem pavor a palhaços, já teve medo de andar no baloiço (que deve ser das coisas que mais adora), tem medo de sei lá mais o quê... Uma das coisas de que ela também tinha medo era da sanita. Não sei se pela profundidade do buraco ou por ver a água das descargas a desaparecer. O que é certo é que tinha medo da sanita. O que nos trazia um problema. Uma das decisões que tínhamos tomado era de não a habituar ao uso do penico. O penico até era jeitoso e tudo: tinha sido emprestado pela madrinha e era um daqueles modelos a imitar um carro ou uma mota, até tinha um guiador. Só que, por razões não sei se de ordem higiénica ou de comodidade, optámos por não o usar. E começámos a motivá-la para a sanita. Bom.... foi uma tarefa hercúlea: a cachopa dizia claramente "Não. Tem medo". Nem com um redutor todo giro com motivos da Disney ela lá foi. Sim senhor o pato e o rato são muito bonitos, mas sentar que era bom..... nem pó. Fomos fazendo a coisa com calma, dizendo-lhe sempre que não fazia mal e que quando ela quisesse que pedisse. Claro que isto foi sendo repetido todos os dias, durante umas valentes semanas.
No início desta semana fiz mais uma tentativa que, de início, teve o sucesso de sempre. Mas era notório que a pequena andava mais curiosa com a coisa. Lembrei-me então de me sentar na sanita e a colocar ao meu colo reforçando sempre a ideia de que a segurava e não a deixava cair. Depois disto a cachopa pediu para se sentar na sanita. Foi o sucesso absoluto! Sentou-se toda contente e 10 segundos depois já estava a pedir para "tirá mão" de modo a fazê-lo sózinha. E desceu e subiu com a ajuda do degrauzito toda contente. Foi uma festa! Claro que para este sucesso muito contribuiu o verdadeiro trono comprado no Imaginarium e que tornou a vista mais agradável. Agora falta a outra parte: avisar que tem vontade, baixar a fralda, etc, etc etc. Mas ela, qual João Garcia a escalar montanhas, lá vai escalando o seu percurso civilizacional. Seguramente.
Contado por Pai Babado às 14:01
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