Domingo, 26 de Fevereiro de 2006

Dialecto local

Das coisas mais fantásticas que há na experiência de ter filhos é o desenvolvimento de um dialecto local. Dialecto este que se vai afinando entre pais e filhos e que é, muitas vezes, absolutamente incompreensível para pessoas de fora. E não deixa de ser hilariante ela a dizer-nos algo que é absolutamente estranho para outras pessoas e nós a respondermos ou a fazer o que ela pede. Melhor ainda é quando ela se dirige a alguém de fora a pedir algo. É ver caras de pânico a pedir ajuda desesperadamente. E depois de nos encontrarem perguntam incrédulos: "Tu percebes o que ela disse?" Resposta:"Claro! Então não se está a ver que é isto? Ela falou tão bem!"
Algumas pérolas do dialecto local:
Qué titi » quero leitinho
Pati» patinhos
Pêpê azu » chupeta azul
Qué abá titi » quero lavar dentinhos ( na verdade é mais lamber a pasta que sabe a morango, mas enfim....)
Pixi» peixinho
Paíí / Maíí » padrinho / madrinha
Qué vê Ma-i-ã » quero ver mariana ( fotos)
Um cácá » Não está cá
Á cá a cuié » Dá cá a colher
Contado por Pai Babado às 11:49
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Dentes

Pois é......devem ser dentes!
Perdi a conta às vezes que ouvi esta frase. Os primeiros 15 dias de vida da Mariana foram um verdadeiro sossego. Não havia menina. Dormia, mamava, xixi, cócó, enfim o habitual. Dizíamos que tínhamos tido muita sorte.
Ao fim desse tempo tudo se alterou. A miúda decidiu começar a abrir a goela. E bem!
Não tinha aquele choro típico de bebé, nada disso. Era choro forte e contínuo. Muitas vezes ininterrupto, desesperante. Foram 4 meses iniciais muito difíceis.
E eis que, de repente, a causa desse choro foi descoberta: "Devem ser dentes." Opinião avalizada de muitos que contactavam com a bebé....
Eram sempre dentes, dentes, dentes. E eu nunca vi dente nenhum. Nem vestígios. Mas eram sempre dentes. "De certeza"
A certa altura disse à minha mulher: " À quantidade de gente que já falou nos dentes dela, das duas uma: ou já tinha dentes dentro do teu útero, ou então temos a bebé com o maior nº de dentes da história da humanidade!" É que era impossível haver espaço na boca para tanto dente que lhe diagnosticavam.
Com esta dentição toda o primeiro só lhe apareceu por volta dos 11 meses..........
Contado por Pai Babado às 11:40
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Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006

Pérolas

Viagem de regresso de um fim de semana de férias em Porto Covo.
Paragem para lanchinho na estação de serviço de Santarém, em plena A1. Duas mesas ao lado um casal com um filho com 2/3 anos. Acto contínuo a Mariana larga logo tudo e desata a andar atrás do rapazito, que vai fugindo como e para onde pode.
Alguns momentos depois o rapaz está ao colo da mãe a comer e a Mariana mesmo ao lado. Chamo-a (a duas mesas de distância): "Anda beber o leitinho". Resposta pronta:"Tô a pazê cócó! Tô a pazê cócó!" Assim mesmo, com direito a repetição e tudo.......
Os momentos seguintes são de uma cachopa a inclinar o tronco para a frente, a expressão compenetrada de concentração e esforço, a cara a ficar vermelha..........
Tapamos a cara e olhamos para o lado para não nos desmancharmos a rir em frente ao casal que olha desconfiado........
Contado por Pai Babado às 23:38
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Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006

O primeiro acto de humanidade


Aqui está um post com um título da responsabilidade da minha mulher.
No entanto vendo a coisa à distância que o tempo já permite não deixa de ser giro pensar assim....
Falo do dia em que a Mariana conseguiu pela primeira vez e de forma totalmente autónoma agarrar um objecto. Foi uma experiência absolutamente única e tive o previlégio de ocorrer ao meu colo.
Aconteceu num domingo à noite após uma visita familiar à serra do Caramulo. Depois de termos regressado a casa e enquanto nos instalávamos na sala, coloquei a cachopa ao meu colo no sofá e pus uma estrela de peluche ao pé das pernitas dela. Qual não foi o nosso espanto quando nos apercebemos de uma respiração profunda e ruidosa, típica de um acto de grande concentração. A pequena olhava muito atenta para a estrela. E vagarosamente mas de forma decidida estendeu a mãozita e, sempre com o som da respiração bem marcado, agarrou a estrela e levou-a à boca.
Uma onda de emoção percorreu-nos e foi então que a minha mulher disse: " Foi o seu primeiro acto de humanidade!".
Explicou-me depois que até aí ela chorava, sorria e olhava. Aquele agarrar do objecto representava um exercício de vontade, uma demonstração de raciocínio e não apenas de reflexos essenciais à sobrevivência ( disse-me mais tarde que todos os filhotes são capazes de sorrir à mãe para obterem comida).
Contado por Pai Babado às 22:36
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Domingo, 12 de Fevereiro de 2006

Chupetas


Cá está um dos grandes dilemas daqueles que se aprestam para ser pais pela 1ª vez: a escolha da chupeta. As dúvidas são as mais variadas: borracha ou silicone, com anel completo ou em meia lua, quantas ter à mão, se rosa, azul ou transparente, enfim quem quiser acho que até pode fazer uma tese de mestrado sobre a coisa.....
O certo é que chegado ao dia já tínhamos praí umas 3 chupetas em riste. A opção tinha que ser tomada. Optámos (e julgo que muito bem) por uma chupeta totalmente em silicone em vez das de borracha essencialmente por uma questão de higiene. Já tinha perdido a conta às chupetas de borracha vistas que ao fim de algum tempo estavam todas cheias de pêlos da roupa e deformadas. O problema maior foi que na altura não encontrámos uma em silicone com o anel da tetina em meia lua e assim tivemos que comprar uma com o anel completo, pelo que hoje ao vermos algumas fotos dos primeiros dias ficamos sempre com um sorriso embaraçado......
No entanto os dilemas passados para definir a chupeta não foram nada comparados com o que se viria a passar depois....... nem eu imaginava, mas as chupetas são animais com vida própria!!! E bem mázinhas por sinal.
Por incrível que pareça as chupetas têm uma extraordinária capacidade de desaparecerem. E não é aquele desaparecer pontual, nada disso. É um desaparecer constante, inoportuno e com requintes de malvadez: enfiam-se sempre no último sítio onde se vai procurar e também no que nos obriga a fazer proezas dignas dos profissionais do circo chamados contorcionistas.
São incontáveis as vezes em que andei de rabo no ar enfiado debaixo de camas ou a afastar móveis para ir buscar aquele pequenino objecto.
E não quero jurar mas às vezes até parecia ouvir uma risada baixinha sempre em movimento enquanto eu amaldiçoava a minha sorte.......
Contado por Pai Babado às 11:36
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Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2006

Dia de nascer


9 de Julho de 2004.......o mundo não voltaria a ser o mesmo (pelo menos para mim).
Lá fomos nós com um nó na garganta para a Maternidade Daniel de Matos em Coimbra, aguardar que chegasse a hora. Sim a coisa tinha sido mais ou menos programada, uma vez que Sua Exa. decidiu que sentada é que se estava bem e portanto não fez aquilo que a maior parte dos bébés faz por volta das 30 semanas de gestação: dar a volta e ficar a fazer o pino de maneira a facilitar o parto. Nada disso: a cachopa estava sentada e assim ficou. Seria um prenúncio de forte personalidade? Ou apenas querer dizer ao mundo da única forma que podia: "Preparem-se que eu sou do contra"? Inclino-me mais para esta 2ª hipótese...
Bom, após um loooooooooooooooongo dia de espera e cerca das 19h lá nos encaminhámos para a sala de parto. E a coisa não começou bem: ao contrário do previsto a médica pediu-me para não assistir à cesariana, porque lá tinha aparecido não sei quem que era assim um bocadinho mal disposta e podia dar raia. "Ok" pensei eu "pior mesmo será para a minha mulher que contava ter-me ali". E lá fiquei sózinho numa salinha minúscula, contígua ao BO, com a cabeça a mil: pedia a Deus que tudo corresse bem, que a bébé viesse perfeita, que tudo corresse bem com a mãe. Entratanto os sms caíam a pedir novidades... e então aconteceu: às 19.32h ouvi esse som que na altura me pareceu tão maravilhoso (ó inocência....). A pequena chorava a plenos pulmões!
Após o que me pareceu uma eternidade lá apareceu um Enfermeiro com a minha filha nos braços a berrar desalmadamente e disse: "Pai, apresento-lhe a sua filha!" E a coisa mais extraordinária aconteceu: Assim que ele a passou para mim a cachopa calou-se. Incrível, pareceu tirado de um filme, mas é verídico. Desde esse momento o mundo ficou diferente. Os sms continuaram e tive que fazer malabarismos para poder tirar uma foto com o telele e enviar por mms para a madrinha e amigos. O resultado desse contorcionismo foi o que se pode ver em cima......

Contado por Pai Babado às 17:51
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Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006

O Nome

Comecemos pelo princípio.........Recordo-me que a escolha do nome foi decisão perfeitamente pacífica. Eu não tinha propriamente uma preferência declarada. A minha mulher era fã incondicional de Mariana........ assim ficou!
Resta dizer que esta decisão ficou mais ou menos perfeitamente assente muito antes da febre das marianas que se iniciou após a novela da TVI "Anjo Selvagem".
A minha mulher diz que escolheu o nome só porque lhe soava bem, mas eu quase sou capaz de jurar que ela me falou a 1ª vez dele após ter lido qualquer coisa sobre as "Cartas de Soror Mariana Alcoforado" e me ter dito que eram consideradas as mais belas cartas de amor escritas. Quase que juro que a ideia veio daí.

Mariana: aglutinação de Maria e Ana.
Indica inteireza de ânimo e espírito aberto.
É próprio das pessoas que amam a sua profissão e os seus afazeres. Preocupam-se com os outros e, em geral, são pessoas receptivas.
Contado por Pai Babado às 15:35
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